quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Fall to pieces.

É estranho dizer isso mas eu consigo sentir ela se aproximar. Eu sinto ela me dominar quando a felicidade vai diminuindo e eu começo a chorar por qualquer coisa. Vem aquela vontade de não sair da cama, de não ser, não mais existir. Eu fico observando essas vontades indo e vindo. Eu já me imaginei diversas vezes pulando da janela. Isso dura 3 segundos. Uma imagem, um sentimento forte. Uma olhada pra janela. Pra quem não sabe eu moro no 20º andar. As vezes isso me apavora mas eu sei que sou mais forte do que ela, então deixo essas idéias pra lá. Hoje eu passei o dia assistindo vídeos do Cocielo e do Felipe Neto... Eu gosto deles. Eles me ajudam quando os sentimentos ruins começam a aparecer mais do que deveriam. É fácil segurar a máscara para os outros. Difícil é olhar meu reflexo no espelho e não saber o que fazer. Não reconhecer a pessoa que me olha de volta. É bem difícil escrever isso tudo. A menor das coisas pode mudar completamente o meu dia. Normalmente as coisas ruins predominam essas mudanças. As vezes eu gosto de me esconder, de ficar sozinha. As vezes eu queria conseguir deixar as pessoas de fora disso, me incomoda demais pensar em alguém se preocupando comigo. Sim, eu já fiz terapia, já fui em psiquiatra. Eu tenho remédio para as crises de ansiedade. Para os momentos em que eu não aguento estar na minha própria pele. Eu evito ao máximo tomar mas as vezes a gente se entrega. Prefere parar de sentir. Não sentir é melhor do que sentir algo que pode te destruir. 

Eu deveria estar estudando, me cuidando. Fazendo todas as coisas que alguém que fica sozinha o dia todo sem fazer nada faz. Não estou. Cada dia é uma surpresa. Eu não sei se vou acordar super feliz ou bem chateada. No meio do dia eu começo a ter crise de ansiedade sem motivo. Eu não sei até que ponto eu to mentindo pra mim sobre desconhecer o motivo mas acredito que seja muito. Tem dor no peito, falta de ar, taquicardia, stress, dor de cabeça... esses são os sintomas de uma boa crise de ansiedade. Ultimamente eu venho tendo as de pânico também, ou algo que parece com isso. Eu começo a me desesperar em lugares fechados e com muita gente. O ar começa a sumir. Eu paro, respiro, penso que está tudo na minha cabeça e tento me distrair. Eu já estou há tanto tempo sem sair de casa que eu meio que não quero mais sair. Eu nem posso, de certo modo. 

As pessoas escrevem textos pra outras pessoas se identificarem. Eu escrevo pra tentar não enlouquecer. É tanta coisa na minha cabeça que só de pensar eu quero chorar; E eu choro. Ah, como eu choro. Esse é o bom de estar sozinha. Você tem liberdade para sentir tudo. As vezes eu falo com um amigo ou outro mas sempre tem aquela sensação de estar incomodando, de a pessoa achar que eu sou louca, que estou falando besteira (meu pai se encaixa nesse). Eu não me sinto confortável vivendo a minha própria vida e não sei exatamente o que eu poderia fazer pra mudar. Eu oscilo demais. Triste demais, feliz demais, querendo demais, pensando demais. Tudo demais é ruim. É pesado.

Eu não sei exatamente aonde quero chegar escrevendo isso tudo. Talvez eu nem tenha algo específico pra dizer. Talvez eu só queira desabafar pra alguém que não me julgue. Coisa rara de se achar. Eu não quero ser sua caridade do dia. Eu não quero que você sinta necessidade de me ajudar. Talvez eu nem queira ser ajudada. Talvez só queira ser alguém que eu consiga encarar no espelho. As pessoas olham essas coisas e pensam 'coitadinha'. Eu não quero isso. Não quero ser coitadinha de ninguém, muito menos A dramática. 

Talvez eu queria algo que mude meu modo de ver a vida, talvez não.
Só o amanhã vai dizer.

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