O estranho medo de tudo

Essa semana ta sendo tão fora do normal que eu não sei nem o que dizer direito. As vezes parece que eu não sei ficar quieta. Eu sempre quero ter certeza das coisas, mesmo daquelas que não da pra ter certeza. Queria saber de onde veio esse medo todo. Medo de gostar, de sofrer, de sair de casa, de aproveitar o agora, da comida ficar ruim, da pessoa não gostar do que eu disse, de dizer a coisa certa do jeito errado... Só de falar nisso eu já sinto a taquicardia pré crise de ansiedade começar. Eu sou constantemente paralisada pelo medo de algo. Essa deveria ser a parte do texto que eu começo a dizer como superar isso ou algo do tipo mas ainda não descobri a "cura". A solução que eu tenho provisoriamente é lidar com as coisas e torcer pra dar tudo certo. Eu não sei se to pronta pra começar a encarar as coisas de novo. Sentimentos já conhecidos que não querem ser sentidos novamente. 

Eu meio que me acostumei a ouvir 'não' das pessoas então passei a não perguntar mais. Isso me fechou de um jeito que eu não imaginava ser capaz e o pior é sentir isso fisicamente. É horrível não ser capaz de falar algo por medo da reação da pessoa, por mais simples que seja. Eu passei tanto tempo preocupada com o que pensariam de mim, em alguns aspectos. Eu sempre fui a menina meiga, que quer o bem dos outros, que quer agradar todo mundo, que se colocava em último lugar. Aquela com o coração bom, que tava sempre ali pra todo mundo mas não se dava o devido valor. Clichê né, eu sei. O pior de tudo é que eu não deixei de ser nada disso, nem sei deixar de ser. Por mais que doa, eu prefiro ter a certeza de que eu tentei, de que fiz o meu melhor e se não foi suficiente é pq não era pra ser. Eu não sei quando eu comecei a pensar tanto em cada mínimo detalhe, quando eu comecei a ser tão neurótica com algumas coisas, a ser conformada com situações que não me agradam. De algum jeito eu virei o caso de 'piedade' das pessoas. Aquela que ta sempre sofrendo por alguma coisa, que sempre tem alguma (ou muita) coisa errada. As pessoas mudam e de certo modo eu odeio quem eu me tornei. Não me reconheço. Na verdade eu sei que essa pessoa não sou eu. Deve ser só uma fase, crise dos 25... Mas eu não vejo a hora de me livrar dessa mascara sofredora e voltar a ser a pessoa feliz e corajosa que eu sempre fui.